[PT] Antevisão da nova temporada da NHL: Divisão Metropolitana

A Divisão Metropolitana inclui um candidato ao título que mudou drasticamente, o finalista do ano passado, duas equipas que seguem em sentidos contrários, três formações ansiosas por voltar aos playoffs e um conjunto que parece a caminho do fundo da tabela da NHL.

New York Islanders (NYI)

Classificação em 2013-2014: 34-37-11, 79 pontos, fora dos playoffs

Depois de terem puxado os Penguins até ao limite em 2013, as expectativas eram grandes em Long Island mas a época acabou por se revelar uma desilusão. Nem a troca pelo craque Thomas Vanek, ainda bem cedo na temporada, compensou todas as fragilidades defensivas, e a equipa sucumbiu definitivamente após a lesão de John Tavares em Sochi.

Movimentações no defeso

Principais Entradas: Jaroslav Halak (WAS), Mikhail Grabovski (WAS), Nikolai Kulemin (TOR), Chad Johnson (BOS), Nick Leddy (CHI), Johnny Boychuk (BOS), Cory Conacher (BUF)

Principais Saídas: Evgeni Nabokov (TBL)

Depois de o veterano Nabokov demonstrar que o seu tempo como titular na NHL está mais que esgotado, o GM Garth Snow demorou pouco tempo a resolver o problema, assinando com o competente eslovaco Jaroslav Halak e com o suplente dos Boston Bruins, Chad Johnson, formando assim uma parelha de qualidade muito superior à dos tempos mais recentes. No ataque, a chegada de Grabovski e Kulemin, uma dupla que brilhou em Toronto há umas temporadas, contribuiu para uma significativa melhoria quantitativa e qualitativa, com o bielorrusso a permitir baixar o dinamarquês Frans Nielsen para o centro da 3ª linha de ataque, posição onde encaixa melhor. Com a adição, em cima do começo da temporada, de Leddy e Boychuk, a defesa saiu significativamente reforçada, permitindo que jovens como Calvin de Haan e o estreante Griffin Reinarth desfrutem de mais tempo para crescer.

Principais Jogadores: John Tavares (Capitão), Kyle Okposo, Frans Nielsen, Lubomir Visnovsky, Travis Hamonic, Jaroslav Halak

Jogador a seguir: Jaroslav Halak. O eslovaco saltou para a ribalta em 2010, levando os Canadiens à final de Conferência com algumas exibições inesquecíveis, mas desde aí não se conseguiu impor totalmente. A passagem por St. Louis não foi positiva, mostrando repetidamente a inabilidade para conquistar o lugar em definitivo, e terminou em Março com uma breve paragem por Buffalo e uns meses em Washington. Numa equipa onde terá menos pressão mas muito mais trabalho, espera-se uma afirmação que justifique os bons números que, apesar de tudo, foi sempre mantendo.

Previsão: Na luta por um lugar nos playoffs até ao final. A última temporada da equipa no velhinho Nassau Coliseum, antes da mudança para Brooklyn, parece destinada a assistir a um ressurgimento do entusiasmo patenteado em 2012. Contando com o regresso em pleno de Tavares e um grupo de apoio onde se destaca Okposo, os Islanders prometem ser difíceis de bater e uma formação com que contar.

Kyle Okposo e o luso-canadiano John Tavares, dínamos do ataque dos NY Islanders (Al Bello/Getty Images)

Carolina Hurricanes

Classificação em 2013-2014: 36-35-11, 83 pontos, fora dos playoffs

Sem a benesse de competir na extinta divisão do Sudoeste, os Hurricanes falharam pela quinta vez consecutiva os playoffs, terminando apenas à frente dos New York Islanders na nova divisão Metropolitana. Com um plantel recheado de craques bem pagos e pouco produtivos, o resultado medíocre custou o lugar ao treinador Kirk Muller e ao GM de longa data, Jim Rutherford.

Movimentações no defeso

Principais Entradas: Jay McClement (TOR), Tim Gleason (TOR)

Principais Saídas: Manny Malhotra (MTL), Justin Peters (WAS), Andrei Loktionov (UFA)

Depois de Ron Francis, histórico capitão da franchise, ter sido promovido de assistente de Ruherford a novo GM, os Hurricanes apontaram Bill Peters, adjunto de Mike Babcock nos Detroit Red Wings, como o novo treinador. Apesar de ter espaço salarial para utilizar, a formação sediada em Raleigh esteve muito discreta no mercado, promovendo apenas uma troca direta de centrais na quarta linha de ataque e o regresso de Gleason, defesa que tinha sido trocado para os Leafs em Janeiro. O fim oficial da era de Cam Ward como titular da baliza foi adiado devido à impossibilidade de trocar o veterano, pelo que Khudobin terá que reconquistar a posição. Já com a pré-temporada em andamento, o importantíssimo Jordan Staal partiu a perna e ficará de fora alguns meses, abrindo uma lacuna atacante dificilmente colmatável.

Principais Jogadores: Eric Staal (Capitão), Jordan Staal, Alexander Semin, Jeff Skinner, Justin Faulk, Andrej Sekera

Jogador a seguir: Elias Lindholm. O jovem sueco de 19 anos, escolhido com a 5ª escolha do draft de 2013, teve uma temporada de estreia interessante, somando 21 pontos em 58 jogos muito devido à boa química desenvolvida com Skinner. Versátil, trabalhador e competente em ambas as extremidades do gelo, alguma falta de tamanho e força podem dificultar a afirmação ofensiva de um jogador que deve ser obrigado a suprir a ausência de Jordan Staal.

Previsão: Fora dos playoffs. Muita coisa teria que correr bem para os Hurricanes ameaçarem sequer os playoffs, com o último lugar da divisão a ser o resultado final mais previsível, e a valer um bilhete para a corrida aos prodígios Connor McDavid e Jack Eichel. Mesmo assim, expectativa para ver como o capitão Eric Staal (61 pts) e Alex Semin (44 pts) respondem depois de um ano para esquecer, e se Skinner (33 golos) dá novo passo na afirmação como um dos melhores goleadores da NHL.

New Jersey Devils (NJD)

Classificação em 2013-2014: 35-29-18, 88 pontos, fora dos playoffs

0V-13D. O desempenho dos Devils no shootout marcou indelevelmente a temporada de uma formação que perdeu os playoffs por apenas cinco pontos. Mas seria redutor reduzir o insucesso da época ao azar no desempate, já que a equipa também apresentou dificuldades para marcar em tempo normal (27º lugar em 30), apesar de dominar as incidências da maioria dos jogos, e na baliza demonstrou demasiado respeito para com a lenda Martin Brodeur. Claramente superado por Cory Schneider, Brodeur iniciou demasiadas partidas e os Devils ficaram de fora da fase decisiva da temporada, uma situação que podia ter sido evitada.

Movimentações no defeso

Principais Entradas: Mike Cammalleri (CGY), Martin Havlat (SJS)

Principais Saídas: Mark Fayne (EDM), Anton Volchenkov (NAS), Martin Brodeur (UFA),

Indiscutivelmente um dos melhores guardiões da história deste desporto, a carreira de Brodeur parece ter chegado ao fim, uma vez que o canadiano continua sem clube para a nova temporada. Por outro lado, Schneider renovou contrato com os Devils e assume finalmente a titularidade incontestada de uma equipa da NHL. Lou Lamoriello, GM dos Devils, reforçou o ataque com a contratação do goleador Cammalleri, juntando ainda o desacreditado Havlat, outro veterano checo que encontra um lugar na envelhecida equipa de New Jersey. A saída do sólido e discreto Fayne deve resultar em mais oportunidades para Jon Merril, Adam Larsson, que tarda em confirmar o potencial, e Eric Gelinas, que surpreendeu no ano passado com o seu fortíssimo remate.

Principais Jogadores: Jaromir Jagr, Patrick Elias (capitão), Adam Henrique, Travis Zajac, Andy Greene, Cory Schneider

Cory Schneider, finalmente um titular incontestado (Bruce Bennett/Getty Images)

Jogador a seguir: Cory Schneider. Escolhido pelos Vancouver Canucks na primeira ronda do draft de 2004, Schneider teve que esperar muito tempo por um lugar ao sol na NHL. O americano assinou pelos Canucks em 2008, mas só recebeu o lugar de suplente na NHL em 2010. No final dessa temporada, os problemas de Roberto Luongo nos playoffs deram-lhe a oportunidade de experimentar os jogos de maior pressão e a importância de Schneider foi crescendo a cada dia. No ano do lockout, a titularidade pareceu finalmente conquistada mas as dificuldades em trocar Luongo fizeram Mike Gillis mudar de ideias e decidir abrir mão de Schneider. Após uma primeira temporada ao serviço dos Devils onde encostou Brodeur, Schneider tem finalmente, aos 28 anos, a garantia de uma época como titular indiscutível, e se conseguir números parecidos aos que obteve até aqui (0.921 SV%, 2.12 GAA), os Devils podem bem usufruir de um dos cinco melhores guardiões da NHL na próxima meia década

Previsão: Fora dos playoffs mas não por muito, ou seja, o mesmo destino de 2013-14. A fórmula em New Jersey mantem-se ano após ano. Defender com rigor, frustrar o adversário, e aproveitar as oportunidades que surgem, uma espécie de catenaccio aplicado ao hóquei. Mas com as armas ofensivas cada vez mais veteranas (Jagr e Elias, os dois melhores pontuadores da equipa no ano passado, somam em conjunto 80 primaveras), e sem perspetivas de substituição, parece uma questão de tempo até a equipa contemplar uma reconstrução profunda.

Washington Capitals (WAS)

Classificação em 2013-2014: 33-30-14, 90 pontos, fora dos playoffs

Pela primeira vez em sete anos, os Capitals falharam os playoffs, sofrendo com a incapacidade em marcar golos fora da situação de vantagem numérica. Como, ao contrário do que acontecia em 2007, a equipa falhou o objetivo mínimo durante um dos anos de topo da carreira de Alex Ovechkin, chegou a hora de mudanças drásticas na capital dos EUA. Depois de 17 anos, George McPhee foi afastado da posição de GM, enquanto o treinador Adam Oates também foi despedido.

Movimentações no defeso

Principais Entradas: Matt Niskanen (PIT), Brooks Orpik (PIT), Justin Peters (CAR)

Principais Saídas: Mikhail Grabovski (NYI), Jaroslav Halak (WAS), Dustin Penner (UFA)

Brian MacLellan foi promovido a GM dos Capitals e rapidamente agarrou o mais reputado treinador no mercado, Barry Trotz, que tinha acabado de deixar os Nashville Predators. Habituado a ter opções atacantes deficitárias em Nashville, Trotz terá a oportunidade de implementar a sua filosofia numa equipa com o melhor goleador da NHL. Quanto ao plantel, as duas principais aquisições vieram dos rivais Pittsburgh Penguins, com o emergente Niskanen e o veterano Orpik a reforçarem uma defesa que estava longe de ser confiável para lá dos três principais jogadores (Carlson, Alzner, Green). O outro recém-chegado, Justin Peters, será o suplente de Holtby. A saída de Grabovski reabriu o buraco no centro da segunda linha ofensiva, uma posição essencial que deve acabar por ser disputada entre Marcus Johansson, Evgeni Kuznetsov, Brooks Laich ou o estreante Andre Burakovsky.

Principais Jogadores: Alex Ovechkin (Capitão), Nicklas Backstrom, John Carlson, Mike Green, Braden Holtby

Jogador a seguir: Evgeni Kuznetsov. O talentoso avançado russo fez finalmente a travessia até à NHL no final da época passada, participando em 17 jogos e ambientando-se ao jogo nos rinques de menor dimensão. Habitualmente um ala dinâmico, rápido e tecnicamente dotado, Kuznetsov pode acabar por ser adaptado a central ou receber o bilhete dourado para jogar com Ovechkin e Backstrom. Qualquer que seja o destino, o russo perfila-se como um dos grandes candidatos ao prémio de rookie da temporada.

Previsão: Presença nos playoffs. Trotz conseguiu resultados impressionantes com os parcos recursos de que dispôs em Nashville ao longo dos anos e parece capaz de colocar os Capitals novamente no rumo certo. Com um processo defensivo aperfeiçoado, o guardião Holtby pode ser uma das grandes surpresas da temporada e fazer a diferença caso a equipa chegue aos playoffs, o que só acontecerá se o ataque voltar a produzir em 5 para 5.

(Continuar a ler em http://modalidades.com.pt/noticias/c92-nhl/antevisao-da-nova-temporada-da-nhl-divisao-metropolitana)

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